O Castelo
de Montemor-o-Velho localiza-se na Vila, Freguesia e Concelho
de mesmo nome, Distrito de Coimbra, em Portugal.
Em
posição dominante sobre a vila, na margem direita do rio
Mondego, à época junto à sua foz, no contexto
da Reconquista cristã da Península Ibérica,
constituiu-se em um ponto estratégico na defesa da linha fronteiriça
do baixo Mondego, em particular da região de Coimbra. Foi, por
essa razão, a principal fortificação da região, à época.
As
primeiras referências documentais à povoação e seu castelo
remontam ao século IX, quando Ramiro I das Astúrias e
seu tio, o abade João do Mosteiro do Lorvão, o conquistaram
(848). O soberano transmitiu ao tio estes domínios, com o encargo de
defender o castelo, mantendo-lhe guarnição, cuja alcaidaria João
entregou a D. Bermudo, filho de sua irmã, D. Urraca. Ainda naquele
ano resistiu ao cerco que lhe foi imposto pelo califa de
Córdoba, Abderramão II.
A
posse da região entre os rios Douro e Mondego alternou-se
entre cristãos e muçulmanos desde a segunda metade
do século X até ao início do XI. De acordo com
a Crónica dos Godos, a primitiva fortificação de Montemor foi
conquistada pelas forças de Almançor (2 de
Dezembro de 990) – que a terão reedificado, pessando a
ser seu "tenens" Froila Gonçalves -, para ser
recuperada pelos cristãos (Mendo Luz, 1006 ou 1017,
sucedido no governo do castelo por Gonçalo Viegas), novamente
conquistada pelos muçulmanos (1026), reconquistada por Gonçalo
Trastamariz (Crónica dos Godos, 1034), que ficou como seu
governador e fronteiro-mor. De volta à posse muçulmana, a posse
cristã definitiva, entretanto, só ocorreria sob Fernando
Magno após a conquista definitiva de Coimbra (1064),
assegurando a fronteira no Mondego.
O
domínio militar da região de Coimbra foi entregue pelo soberano ao
conde D. Sesnando Davides, que além de pacificá-la e
defendê-la, procedeu-lhe uma vasta obra de reorganização,
compreendendo a construção ou reconstrução de diversos castelos,
como o de Coimbra, o da Lousã, o de Montemor-o-Velho, o
de Penacova e o de Penela.
Vindo
o soberano a falecer, os trabalhos de reparo e reforço de
Montemor-o-Velho, arruinado pelas sucessivas campanhas e
desguarnecido pelo despovoamento da região, foram conduzidos sob o
reinado de seu sucessor, Afonso VI de Leão e Castela, que os
teria determinado possivelmente em 1088, mas anteriormente
a 1091, ano do falecimento do conde Sesnando. Por ordem deste,
desde 1090 se iniciara a edificação da igreja pelo
presbítero Vermudo, com a condição de que metade das rendas
passassem a pertencer à Sé de Coimbra. Concluída em 1095,
foi lavrada a escritura de doação dessa parte. Ainda nesse ano, a
povoação recebeu Carta de Foral. Uma dessas fontes de 1095,
referindo a primitiva fortificação arrasada pelos mouros,
descreve-lhe o abandono e a vegetação que recobria as ruínas.
O
foral de Montemor-o-Velho foi confirmado, alguns anos mais tarde,
pelo conde D. Henrique, em data anterior a 1111,
possivelmente em 1109, quando há notícia de novas obras no seu
castelo.
Quando
da afirmação da independência de Portugal, em 1128, não há
notícia de que o alcaide de Montemor, Paio Midis,
fosse contrário a D. Afonso Henriques (1112-1185). O
castelo encontra-se referido pelo geógrafo árabe Muhammad
Al-Idrisi, em meados desse século.
Eu adoro visitar lugares antigos e ler sua história, conhecer é alargar suas vistas, ajudando inclusive a ver o hoje,tendo o passado como referência.Nós somos seres historicamente situados e alguém um dia, contará a história que vivemos hoje.
Até a próxima parada...