O Palácio
da Regaleira é o edifício principal e o nome mais comum do
palácio da Quinta da Regaleira. Também é designado Palácio
do Monteiro dos Milhões, denominação esta associada à alcunha do
seu primeiro proprietário foi Antônio Augusto que foi distinguido
pelo rei Dom Carlos I em 16 de agosto de 1904 como barão de Almeida.
O
palácio está situado na encosta da serra e a escassa distância
do Centro Histórico de Sintra estando classificado
como Imóvel de Interesse Público desde 2002.
A
Quinta e pontos de interesse
Carvalho
Monteiro tinha o desejo de construir um espaço grandioso, em que
vivesse rodeado de todos os símbolos que espelhassem os seus
interesses e ideologias. Conservador, monárquico e cristão gnóstico,
Carvalho Monteiro quis ressuscitar o passado mais glorioso
de Portugal, daí a predominância do estilo
neomanuelino com a sua ligação aos descobrimentos. Esta
evocação do passado passa também pela arte gótica e
alguns elementos clássicos. A diversidade da Quinta da
Regaleira é enriquecida com simbolismo de temas
esotéricos relacionados com
a alquimia, Maçonaria, Templários e Rosa-cruz.
Bosque
O bosque ou
mata que ocupa a maioria do espaço da Quinta, não está disposta ao
acaso. Começando mais ordenada e cuidada na parte mais baixa da
quinta, mas, sendo progressivamente mais selvagem até chegarmos ao
topo. Este disposição reflete a crença no primitivismo de
Carvalho Monteiro.
Patamar
dos Deuses
O
Patamar dos Deuses é composto por 9 estátuas dos deuses
greco-romanos. A mitologia clássica foi uma das inspirações de
Carvalho Monteiro para os jardins da Regaleira.
Poço Iniciático
É
uma galeria subterrânea com uma escadaria em espiral, sustentada
por colunas esculpidas, por onde se desce até ao fundo do
poço. A escadaria é constituída por nove patamares separados por
lanços de 15 degraus cada um, invocando referências à Divina
Comédia de Dante e que podem representar os 9 círculos
do Inferno, do Paraíso, ou do Purgatório. Segundo os
conceituados ocultistas Albert Pike, René Guénon e
Manly Palmer Hall é na obra A Divina Comédia que se
encontra pela primeira vez exposta a Ordem Rosacruz. No fundo do poço
está embutida, em mármore, uma rosa dos ventos (estrela
de oito pontas: 4 maiores ou cardeais, 4 menores ou colaterais) sobre
uma cruz templária, que é o emblema heráldico de
Carvalho Monteiro]] e, simultaneamente, indicativo da
Ordem Rosa-cruz.
O
poço diz-se iniciático porque se acredita que era usado em rituais
de iniciação à maçonaria e a explicação do simbolismo
dos mesmos nove patamares diz-se que poderá ser encontrada na
obra Conceito Rosa Cruz do Cosmos.
A
simbologia do local está relacionada com a crença que a terra é
o útero materno de onde provém a vida, mas também
a sepultura para onde esta voltará. Muitos ritos de iniciação
aludem a aspectos do nascimento e morte ligados
à terra, ou renascimento. A existência de 23 nichos
localizados por debaixo dos degraus do poço iniciático representava
um dos muitos mistérios da referida construção. No dia 29 de
Dezembro de 2010, o professor Gabriel Fernández Calvo da Escola
Técnica Superior de Engenheiros de Caminhos, Canais e Portos
da Universidad de Castilla-La Mancha em Ciudad Real,
quando visitava o poço acompanhado de outros professores da UCLM,
observou que os 23 nichos não estão colocados por acaso, pois
encontram-se agrupados em três conjuntos de 17, 1 e 5 nichos
separados entre si à medida que se desce ao fundo do poço. Esta
organização não é aleatória e provavelmente refere-se ao
ano 1715 em que Francisco Albertino Guimarães de Castro
comprou a propriedade (conhecida como Quinta da Torre ou do Castro)
em hasta pública.
O
poço está ligado por várias galerias ou túneis a outros pontos da
Quinta, a Entrada dos Guardiães, o Lago da Cascata e o
Poço Imperfeito. Estes túneis, outrora habitados
por morcegos afastados pelos muitos turistas que
visitam o local, estão cobertos com pedra importada da orla marítima
da região de Peniche, pedra que dá a sugestão de um mundo
submerso.
Capela da
Santíssima Trindade
Composta
por uma magnífica fachada que assenta no revivalismo gótico e
manuelino, nela estão representados Santa Teresa
d'Ávila e Santo Antônio. No meio, a encimar a entrada
está representado o Mistério da Anunciação - o anjo Gabriel desce
à terra para dizer a Maria que ela vai ter um filho do Senhor - e
Deus Pai entronizado.
No
interior, no altar-mor, vê-se Jesus depois de ressuscitar a coroar
Maria. Do lado direito, Santa Teresa e Santo Antônio repetem-se,
desta vez em painéis de mosaico. Do lado oposto, um vitral com a
representação do milagre de Nossa Senhora da Nazaré a
D. Fuas Roupinho. No chão estão representados a Esfera Armilar
ou Globo Celeste e a Cruz da Ordem de Cristo, rodeados de
pentagramas (estrelas de cinco pontas).
A
Torre da Regaleira
Foi
construída para dar a quem a sobe a ilusão de se encontrar no eixo
do mundo.
O Palácio
O
edifício principal da Quinta é marcado pela presença de uma torre
octogonal. Toda a exuberante decoração esteve a cargo do
escultor José da Fonseca.
Poço Iniciático
O Castelo