D.
Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, doou e coutou a S.
Bernardo muitas terras na região de Alcobaça, em cumprimento da
promessa feita, em 1147, quando da conquista de Santarém. É de
cerca de 1152 o começo da construção provisória do mosteiro,
sendo conhecida no mesmo ano uma referência ao seu abade. A carta de
doação foi assinada por D. Afonso Henriques no ano seguinte, 1153.
Se se comparar a planta da igreja do Mosteiro de Alcobaça com a da
segunda igreja de Claraval, vemos que têm quase a mesma dimensão e
disposição espacial.
Dentro
da igreja encontram-se os túmulos dos reis D. Afonso II (1185-1223;
túmulo datado de 1224) e D. Afonso III (1210-1279). Os túmulos
situam-se dos dois lados da Capela de São Bernardo (contendo a
representação da sua morte), no transepto sul. Diante destes
túmulos, numa sala lateral, posicionam-se oito outros túmulos, nos
quais se encontram D. Beatriz, mulher de D. Afonso III, e três dos
seus filhos. Um outro sarcófago pertence a D. Urraca, a primeira
mulher de D. Afonso II. Não se conhece a história dos outros
sarcófagos, estando estes, hoje em dia, vazios, após terem sido
novamente selados entre 1996 e 2000. O edifício lateral, nos quais
esses sarcófagos se encontram atualmente, foi construído na
sequência dos estragos causados pela grande inundação de 1774. A
partir do século XVI, os sarcófagos encontravam-se no transepto a
sul e, anteriormente, provavelmente na nave central.
Os
túmulos de D. Pedro I (1320-1367), com o cognome O Cruel ou também
O Justo, e o de D. Inês de Castro (1320-1355), que se encontram
agora em cada lado do transepto, conferem, ainda hoje
um
grande significado e esplendor à igreja. Os túmulos pertencem a uma
das maiores esculturas tumulares da Idade Média. Quando subiu ao
trono, D. Pedro I tinha dado ordem de construção destes túmulos
para que lá fosse enterrado o seu grande amor, D. Inês, que tinha
sido cruelmente sentenciada à morte pelo pai de D. Pedro I, D.
Afonso IV (1291-1357). Este pretendia, também, ser ele próprio ali
enterrado após a sua morte. As cenas, pouco elucidativas,
representadas nos túmulos, ilustram cenas da História de Portugal,
são de origem bíblica ou recorrem simplesmente a fábulas. Por um
lado, esta iconografia é bastante extensa, sendo, por outro lado,
muito discutível.
D.
Pedro I casou em 1336, em segundas núpcias, com D. Constança Manuel
(1318-1345), uma princesa castelhana. Devido a várias guerras entre
Portugal e Castela, D. Constança só chegou a Portugal em 1339. No
seu séquito, ela trazia a camareira Inês de Castro, que provinha de
uma antiga e poderosa família nobre galega. D. Pedro I apaixonou-se
por ela. Em 1345, D. Constança morrera catorze dias após o parto do
seu filho sobrevivente, D. Fernando I. D. Pedro I passou a viver
publicamente com D. Inês, nascendo desta relação três filhos. O
pai de D. Pedro I, D Afonso IV, não aceitou esta relação,
combatendo-a e, em 1355, condenou D. Inês à morte por alta traição.
Após subir ao trono, D. Pedro I vingou a morte da sua amada
(afirmando ter-se casado com ela em segredo no ano de 1354) e
decretou que se honrasse D. Inês como rainha de Portugal. Quando em
1361 os sarcófagos estavam prontos, D. Pedro I mandou colocá-los na
parte sul do transepto da igreja de Alcobaça e trasladar os restos
mortais de D. Inês de Coimbra para Alcobaça, sob o olhar da maior
parte da nobreza e da população. No seu testamento, D. Pedro I
determinou ser enterrado no outro sarcófago de forma a que, quando o
casal ressuscitasse, no dia do Juízo Final, se olhassem nos
olhos. (De acordo
com as fontes, só existiria o pedido de ser lida diariamente uma
missa junto aos seus túmulos.)
Túmulo de D.Inês de Castro, que foi morta pelo pai de D. Pedro, D. Afonso IV em 1355
Os túmulos de D.Pedro e D. Inês, foram colocados um de cada lado da entrada da Igreja
Exaustor
Tudo tão bonito... cheio de história ... mas há muito mais por ver! Te esperamos para mais um jornada! bjssssssssssssssssssss
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